Hoje antes de te escrever, fiz a minha habitual caminhada, gosto de sentir sobre o que vou falar, gosto de pensar na emoção que me provoca, nas experiências que tive e trazê-las para este “papel electrónico” através do qual me podes acompanhar, dessa forma vais sentir-me e podes até identificar-te com o que lês, provocando em ti a vontade de “emagrecer espiritualmente”, de te sentires leve e de bem com a vida.
Na minha meditação pensei imenso à cerca do amor, dos relacionamentos amorosos, dos relacionamentos entre os pais e os filhos, nas amizades…Fiz uma introspecção e foi bom ver o quanto os meus relacionamentos haviam mudado para melhor. Perguntei-me o que tinha mudado para haver essa tão significante mudança, a resposta foi automática – liberdade! Muito facilmente dizemos que amamos, falamos do quanto somos loucos por alguém, mas raramente esse amor está livre de exigências, de apego, de ciúmes, de condicionalismos que tornam o ser humano “um prisioneiro” das suas relações. Em tempos fui uma prisioneira dessa ilusão, achava que amava e por isso prendia-me ao outro e queria que o outro se prendesse a mim. Só mais tarde percebi que quanto mais nos agarramos às coisas, mais elas fogem de nós. Só mais tarde percebi também, que o sentimento de amor era bem diferente do sentimento que tinha na verdade- apego.
Quando exigimos, quando iniciamos frases como “devias”, “o certo era”, “o amor não é isto”, “a tua prioridade devia ser eu”, devemos parar para nos ouvirmos a nós próprios. Amar inclui valores e capacidades que esquecemos muito rapidamente – amar inclui a liberdade, a paz, o conforto, o respeito, a saudade sem ansiedade, a saudade sem medo amor. O verdadeiro e puro tem dentro de si a capacidade de poiarmos incondicionalmente o outro, deixando-o ser livre para experiênciar as suas próprias escolhas, os seus desafios, a sua forma de encara
r e de se mover no mundo! E este apoio deve existir, mesmo que essa escolha seja por vezes sem a nossa presença, mesmo que essa escolha nem sempre nos pareça a mais correta…há que existir um distanciamento para compreender que uma coisa é o meu caminho, a minha forma de encarar e compreender o mundo, outra coisa é a visão do outro, as experiências do outro, bem como, a sua forma de sentir.
É preciso estarmos muito atentos para não impormos aos outros o que nos parece certo…Quando impomos, cegamos naquilo que consideramos ser o lado da razão, mas a razão está em quem sente, está naquele que tem o direito a optar pelo lado esquerdo, sem que alguém o convença que pelo lado direito ele vai cair. E mesmo que caía, o lado direito tinha uma aprendizagem extraordinária que o preparou para o seu tão único caminho. Amar é perceber que não temos o direito de condicionar a vida de ninguém, sejam eles irmãos, pais, filhos, namorados, maridos, esposas...
Amar…..amar é entregar, é saber que as asas presentes nas costas de cada um devem ser abertas, amar é não só deixar o outro voar, como ajudá-lo a planar , é incentivá-lo a explorar a sua essência, a cumprir os seus sonhos, a largar os seus medos, é deixá-lo SER e não “anulá-lo” a favor das minhas vontades, opiniões, julgamentos ou receios… Esses sentimentos vêm do apego, da mente possessiva e controladora, não vêm do coração, não são amor…. E quando realmente se ama, mas se ama mesmo, nós desapegamos, somos felizes porque aquela pessoa é feliz, ficamos tristes quando ela está triste e principalmente quando essa pessoa se impede de viver.
Descobri com os meus 17 anos qual era o sentimento que as pessoas tanto falavam, aquele sentimento que nos fazia disparar o coração e perder o foco. Mas antes de conseguir viver o amor, eu vivi o apego, vivi o medo de perder, a ansiedade de querer mais. Quando junto à mesma pessoa, percebi que amar era SER e deixar Ser descobri o amor e toda a magia que ele nos traz – companheirismo, magia, apoio incondicional, carinho, paz, pacificidade e acima de tudo a felicidade de quem ama e de quem não tem medo de se deixar amar.
Que este texto te traga inspiração para amar em verdade, em liberdade, que este texto te permita diferenciar estas duas emoções, pois uma das emoções é produzida pela mente – apego; a outra emoção é produzida pela pura essência do coração: AMOR. Esta é uma partilha de um bocadinho de mim, para o teu eu inteiro.
Acredita em mim, quando nos libertamos do apego – não só o apego que temos pela pessoa, mas também o apego aos resultados, perdemos muito “peso” e tornamo-nos pessoas muito mais leves, tranquilas e por isso também, mais felizes!
Bom dia e boa dieta!
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